sábado, 12 de novembro de 2011

O Eterno Favor de Deus



Em uma convenção sobre tolerância religiosa promovida pela a ONU, haviam representantes das principais religiões do mundo, O Judaísmo, Budismo, Islamismo, Hinduísmo e Cristianismo, além de diversos outros religiosos, cientistas, gnósticos, ateístas, sociólogos, líderes políticos de diversas nações e também repórteres. Um âncora de uma grande emissora de TV de porte mundial estava mediando o debate cujo tema central era: “ Qual é o destino final de sua alma após a morte?”. Perguntado pelo o repórter, o Hinduísta respondeu:

- Quando completar o meu carma, habitarei no paraíso ao lado de Brahma.
- E o que te convence disto? Rebateu o repórter.
- Eu sigo assiduamente o Bhagavad Gitã, respeito todas as castas e nunca esqueço de agradecer à krishna por tudo o que possuo e pelas minhas faltas.


A resposta fez todo o sentido para o repórter que decidiu prosseguir com a mesma pergunta ao Judeu, que respondeu:

- Tenho guardado todos os mandamentos desde a minha mocidade. Medito de dia e de noite nas leis do Altíssimo. Sou um pacifista, não sou um idólatra, defendo o tetragrama sagrado, guardo todos os Sabbat’s, comemoro todas as festas que lembram o triunfo do meu povo pelo poder de Deus, faço minhas orações cinco vezes ao dia, sacrifico animais para que meus pecados sejam perdoados (Segundo determinou o meu único Deus a Moisés), jejuo e nunca me esqueço de ajudar os pobres.

O repórter ficou ainda mais satisfeito com aquela resposta. E prosseguiu com a mesma pergunta ao Budista, que respondeu:

- Eu respeito os meus semelhantes e não semelhantes. Respeito cada partícula e cada microorganismo vivo que habita este planeta. Todas as criaturas possuem um espírito, desde as pedras estagnadas há milhares de anos, a uma criança com seu mais puro e inocente sorriso. Eu valorizo a vida e valorizo todos os que participam dela. Portanto, habitarei ao lado de Buda nos lugares celestes como recompensa dos meus atos.

Aquela resposta deixou o repórter bastante contente. O seu verdadeiro intuito era dizer que todas as religiões conduzem ao mesmo céu e que todos os caminhos, no final, sempre se cruzam quando o homem é justo e valoriza sua vida e as demais vidas que habitam este mundo. Então perguntou ao Muçulmano qual seria o destino de sua alma após a sua morte:

- Eu habitarei no paraíso com Alá, pois, respeito o Alcorão, ensino às pessoas a entenderem o verdadeiro sentido das palavras de Maomé, ensino-as que a guerra referida pelo Mohamed deve ser espiritual, jamais física. Guardo os dias sagrados, jejuo, realizo todos os anos minhas peregrinações à Meca, respeito todas as religiões, odeio a idolatria, adoro apenas Um Único Deus, valorizo todas as minhas mulheres e filhos, sou um homem honesto e nunca defraudo ninguém, seja lá quem for. Por estes méritos, eu mereço o paraíso!

O repórter estava ficando cada vez mais animado com as respostas. Seus planos estavam dando certo como havia previsto. Seu interminável discurso acerca da virtude humana já estava preparado em sua mente, até que decidiu perguntar ao Cristão:

- Qual será o destino de sua alma após a morte?
- Eu habitarei na Nova Jerusalém ao lado do meu Senhor Jesus Cristo.
- E por que acredita nesta hipótese?
- Bem, eu poderia citar aqui todas as minhas virtudes como fizeram os demais, mas o fato é que eu não sou virtuoso como eles. Na verdade, eu mereço ser lançado no mais profundo inferno. Eu não guardo dias santos, não sacrifico animais, preservo a natureza simplesmente porque amo as obras do meu Pai e não acredito que pedras e águas possuem espíritos. Às vezes eu me esqueço de agradecer e reclamo da vida. Amo meus semelhantes, mas às vezes acabo ofendendo alguém. Cometo pecados de vários tipos. Às vezes a mentira escapa dos meus lábios e minhas palavras me convencem de que não sou divino, assim como minha facilidade em entristecer o meu Pai Celestial.
- E ainda assim você acredita que vai habitar o céu? Perguntou o repórter desapontado. Mesmo cometendo tantas falhas?
- Sim, porque eu jamais serei salvo pelos meus méritos. Por mais que eu tente, sempre tropeçarei em minha própria natureza, mas a salvação vem pelo o intermédio de Jesus Cristo que pagou no meu lugar, todos os meus pecados. Basta apenas eu ser verdadeiro comigo mesmo e me arrepender de fato das minhas falhas. Arrependimento não pode ser confundido com remorso, pois quando nos arrependemos, sofremos com o pecado e procuramos não mais cometê-los, ainda que não o consigamos, o Pai não vê como vê o homem. O homem vê as obras, mas o Pai vê o coração. O importante é nos esforçarmos. Portanto, minhas boas obras não me ajudarão a alcançar o céu, mas a minha fé em Jesus será o meu único veículo. É na minha fraqueza que Jesus se fortalece, pois quando estou fraco, debilitado, abatido, esqueço as minhas lógicas humanas e minhas argumentações e assim permito que Ele me console e estabeleça em mim todos os Seus propósitos. A bíblia diz que: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie”. A graça de Deus tão incompreendida pelas pessoas, nada mais é que um grande favor impagável que Deus faz a nós, pobres mortais, por intermédio de Jesus. Isto sim me salvará e salvará todos os que acreditarem.





O repórter ficou visivelmente descontente com a resposta, e no final do debate, no momento do seu discurso, chamou o Cristão de incoerente e inimigo da paz. Mas o Cristão se levantou, abraçou-o, e disse baixinho em seu ouvido:
- Jesus também te ama! Ele foi morto para também te salvar e te ajudar a reconhecer que somos frágeis, e que dependemos de Sua graça.
Em seguida, virou as costas e deixou aquele lugar sob críticas. Naquele mesmo instante, vendo toda aquela cena, o repórter compreendeu que nem sempre a paz está associada às boas obras, mas sempre em demonstrar amor àqueles que não o merecem, pois Jesus assim o faz conosco sempre.