domingo, 15 de janeiro de 2012

A FÁBULA DA ALEGRIA E DOR


Certo dia houve um terrível encontro entre a alegria e a tristeza. Ambas caminhavam no deserto da alma de uma pessoa comum. A alegria, como sempre impulsiva, ao avistar a dor, enfureceu-se e partiu com todo ímpeto tentando destruí-la. E com as duas mãos agarradas em seu pescoço esbravejava:

- Maldita és dentre todas as sensações. Maldita és por muitas vezes fazer com que as pessoas se esqueçam de mim, maldita és desde que surgistes nesta alma competindo comigo o mesmo espaço. Maldita és por sua natureza, maldita és, pois tendes o prazer o em fazer o mal!

A dor, sorrateira, livrou-se das mãos da alegria e triste por natureza esclareceu:

- Posso ser maldita por ter nascido desta forma, posso ser maldita por fazer as pessoas gemerem e lamentarem-se. Posso ser maldita até mesmo por possuir um nome tão horrendo, mas eu sou a única que quando estou por perto, faço essas pessoas se sentirem verdadeiramente vivas. Sou eu a responsável por fazer com estes mortais valorizem a vida e ao contrário do que pensas, eu não disputo nenhum espaço contigo em suas almas, eu apenas estou ali para fazer com que em meio aos gemidos, em meio às lamentações, elas venham se lembrar de ti, não como um simples momento, mas como parte de sua natureza, que tanto desprezam. Eu sou a arma mais eficaz de Deus para limitar o ser humano!

Desde então a alegria compreendeu que tudo tem o seu devido tempo e propósito, e a partir daquele momento, decidiu trabalhar juntamente com a dor proporcionando o equilíbrio nas almas humanas.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Uma breve reflexão baseada na música "Gospel (Por quê)" de Raul Seixas e Paulo Coelho


Existem tantas perguntas sem respostas e tantos por quês engajados em nossa alma. São dúvidas que temos que enfrentar todos os dias, e a todo o instante! Porém, muitas vezes ignoramos algumas respostas que podem ser encontradas dentro de nós mesmos. “ Por que não agi desta forma?” “ Por que não fiz o contrário?” “ Por que esta pessoa não me quer, ou não me valoriza?” Muitas vezes as respostas são tão curtas! Basta olharmos para dentro do nosso próprio coração e entendermos por que optamos pelo caminho que julgamos ser o mais fácil, ou pelo amor que nos foi concedido como uma esmola. Estas e outras questões transformam-se na verdadeira arvore do conhecimento do bem e do mal, no qual Adão e Eva comeram do seu fruto, e que hoje está plantada na alma de cada indivíduo que é a capacidade de tomar decisões que muitas vezes podem mudar completamente o rumo das nossas vidas. Na vida existem portas, e por trás destas portas encontraremos mais portas que sempre nos levarão a uma constatação: Por quê?

Esta canção trata exatamente desta questão. Escrita por Raul Seixas e Paulo Coelho, e mais tarde readaptada somente pelo Raul Seixas, que estava evitando mais um ataque da censura, responde os nossos por quês com vários por quês. Escutem com carinho esta beleza poética!



Por que que o sol nasceu de novo e não amanheceu?
Por que que tanta honestidade no espaço se perdeu?
Por que que Cristo não desceu lá do céu e o veneno só tem gosto de mel?
Por que que a água não matou a sede de quem bebeu?
Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que que eu tenho caneta e não consigo escrever?
Por que que existem as canções e ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer tão bem já tem sempre ao seu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre, sempre a perguntar?
Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que tenho caneta e não consigo escrever?
Por que que existem as canções e ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que sempre aquele que (você) quer tão bem já tem sempre ao seu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre, sempre a perguntar?


Esta música foi encontrada no velho baú do Raul e foi mixada por um produtor da gravadora SOM LIVRE com o arranjo da Banda Barão Vermelho.

VOCÊ ESTÁ SÓ

Este texto foi encontrado no meu baú de antiguidades (rsrs) e hoje eu decidi abrir e compartilhar com vocês.

VOCÊ ESTÁ SÓ

Está só para tomar as piores decisões. Está só para seguir os caminhos que seu coração lhe propõe.
Está só nas noites frias que lhe fazem remoer as perdas, e está só para valorizar o que perdeu.
Você está só! Está só para assumir suas culpas, Está só para prender-se nas cadeias do ódio.
Está só para amar, Está só para cair e está só para se lembrar nostalgicamente, dos dias em que vivia rodeado de pessoas.
Deus lhe deu as armas necessárias para vencer seus obstáculos, mas ainda assim você está só para lutar.
Ás vezes perdemos, ás vezes brigamos, ás vezes conduzimos nossas vidas inconvenientemente.
Às vezes somos arrogantes, ás vezes somos bons!
Ás vezes acreditamos nos sonhos, e ás vezes pensamos que os mesmos são bobagens.
Mas nunca estamos livres, nunca temos cúmplices, pelo contrário estamos sempre sós.
A solidão nos faz pensar, a solidão nos ajuda a crescer, a solidão solidifica a liquidez do nosso coração. Nos mostra nossas limitações e nos ajuda a perceber que seremos grandes heróis se soubermos viver sós.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O DIÁRIO DE UM EXORCISTA


Quarta-Feira, 31 de outubro de 2005- 22:30 PM

Acabei de receber do Arcebispo um fax me autorizando a realizar o exorcismo da senhora Martha. Mesmo sem haver uma minuciosa investigação, a igreja autorizou o rito. Eu não sou louco de questionar, mas também não sou louco de realizá-lo sem antes investigar e descartar as possíveis causas patológicas de seus comportamentos inumanos. Estou partindo para sua casa e dentro de instantes voltarei a registrar todo o ocorrido.

Quinta-Feira, 01 de novembro de 2005- 02:25 AM

Acabei de sair da residência da senhora Martha e estou exausto! Conversei com seus familiares e marido a respeito de sua vida, e eles me disseram que ela sempre foi uma mulher muito serena e que sempre viveram muito bem. Até que percebi bastante sinceridade nas declarações de seus familiares, mas algo muito estranho me aconteceu. Ao chegar a sua casa, ouvi que ela chamava o nome do meu falecido pai e sequer ouviu falar a seu respeito. Aliás, ninguém naquela família o conhecia. Então decidi realizar um falso rito de exorcismo para saber se de fato estava possessa ou se sofria apenas de sugestão psíquica. Joguei-lhe água benta no rosto e Martha gritava, rugia, dizia palavras em aramaico e me revelava segredos ocultos que somente os que entendem de magia conhecem. Me parece que o diabo está implorando para ser exorcizado, caso contrário, ele não me daria tantas evidências de sua existência. Vou dormir, mais tarde preciso contatar um amigo psiquiatra para acompanhar de perto este caso.

Hoje, Quinta-Feira, 01 de novembro de 2005- 15:45 PM

(Gravação em áudio)

Estou ao lado do Dr. Spencer e estamos na casa de Martha realizando todas as investigações de sua possível possessão demoníaca. Foram adaptamos em seu quarto câmeras com visão noturna e micro-escutas de alta captação, pois, precisamos registrar todo o evento. O Dr. Spencer trouxe consigo uma mala com medicamentos e tranqüilizantes, caso Martha tenha algum ataque psicótico. Estamos nos aproximando e ela está deitada com a cabeça coberta por travesseiros e chorando bastante.
- Martha, fale conosco!
- O que desejas com Martha?
- Eu me dirijo a ela, não ao espírito maligno que a possui.
- Ela está no inferno comigo, desejas fazer-lhe uma visita?
- Em nome de Jesus Cristo, cale-se!
- Martha! Martha...


(Gravação interrompida)

Sexta-Feira, 02 de novembro de 2005 – 14:40 PM

Ao lado do Dr. Spencer realizamos todas as investigações do áudio e imagens captados durante aquela sessão. Vimos juntos vários vultos que circulavam em sua cama, isto sem contar as vozes que surgiam de um lado do quarto. Não havia ninguém por perto. Pedimos que todos saíssem da casa e que apenas o marido permanecesse para testemunhar tudo. Mas ele se recusou entrar no quarto e nos esperava na sala em silêncio e na companhia de uma bíblia na qual folheava procurando respostas para o que estava acontecendo. Um porta-retratos literalmente voou na direção do Dr. Spencer, e isto também está registrado em vídeo. Ele atribui estes eventos á algum tipo de intensa atividade psíquica provocada em pessoas que sofrem de profunda depressão, mas eu tenho certeza de que por trás de todos estes eventos existe um demônio, que quando lhe foi perguntado o nome disse que se chamava Agares.
Realizei um intenso estudo a respeito de sua natureza e pude notar que esta entidade lidera cerca de 31 legiões espirituais e é responsável por ensinar todos os mistérios da clarividência. Mas o que me deixou confuso é que Martha nunca havia deixado transparecer nenhum tipo de conhecimento do futuro, ou mesmo se envolveu com tais práticas. Decidimos então analisar o áudio e minhas suspeitas foram confirmadas. Várias vozes surgiram na fita, em vários idiomas diferentes. Ela jamais havia estudado tais idiomas, mas ainda assim os pronunciava com facilidade. Consegui traduzir algumas palavras e ouvi coisas espantosas a respeito do Dr. Spencer. Realizamos uma cópia e pedi para que levasse à algum poliglota de sua confiança e que constatasse por si só as declarações contidas na fita. Daqui a pouco me encontrarei com Spencer e descobrirei o que ele pensa a respeito.

Sexta-Feira, 02 de novembro de 2005 – 19:25 PM

Acabei de voltar de um encontro com Spencer e ele se recusou a voltar na casa de Martha. Ele me aconselhou a realizar o rito e acabar de vez com este mal. Eu questionei a súbita mudança de opinião e ele desconversou. Resolvi não insistir. Agora ligarei para um amigo que se encontra em uma paróquia próxima daqui para que finalmente possamos realizar o ritual. O Arcebispo me ligou querendo saber o resultado do exorcismo e eu fui verdadeiro com ele, disse que decidi investigar com antecedência e fui repreendido. Ele me disse que o mal é real e o mundo está constantemente mostrando sua face, portanto, eu deveria abandonar os conceitos humanistas e apelar para o poder de Deus. Em seguida liguei para os familiares de Martha e marquei o exorcismo para amanhã e bem cedo, pois à noite Satanás fica mais forte.

Sábado, 03 de novembro de 2005 – 08:10 AM

Estou ao lado do meu amigo Roger e estamos preparados para iniciar o ritual. Do lado de fora da casa pode-se ouvir gritos e grunhidos. Palavras sem sentido e uma agressividade verbal inquestionável naquela voz em ritmo gutural. É algo animalesco! Abençoaremos a casa, os familiares e partiremos em direção a Martha que já nos recebeu com muita hostilidade.


Domingo, 04 de novembro de 2005 – 16:00 PM

Em lágrimas escrevo estas linhas pela a morte do meu amigo Roger que foi brutalmente atacado por Martha durante o ritual. Quando começamos a rezar ela se livrou de suas amarras e agarrou uma barra de ferro no guarda-roupas e desferiu diversos golpes contra o pároco. Tentei evitar, mas aquela mulher possuía uma força sobre-humana. Quando a agarrei por trás, ela se livrou dos meus braços e me desferiu um golpe na cabeça e me tonteou. Levantei-me às pressas e gritei por socorro. Seus familiares foram correndo ao quarto e viram que Martha estava completamente nua e se insinuava para mim e para seu marido. Trancamos a porta do quarto e chamamos outro psiquiatra a fim de sedá-la, mas todos se recusaram alegando ter casos mais importantes para resolverem. Decidi seguir em sua direção e orar por aquela alma aflita e quando aproximei-me de seu quarto, logo fui repelido por uma força invisível que me jogou cerca de quatro metros de distância. Mesmo assim levantei e continuei caminhando. Chutei a porta do quarto e gritei em alta voz:

- EM NOME DE JESUS CRISTO, SAIA DESTE CORPO!

O demônio riu sarcasticamente! Confesso que me senti impotente, completamente indefeso. O demônio se aproveitou do medo que me dominara e tentou me possuir. Senti que algo tentava entrar em meu corpo e senti minha alma lutando contra aquela entidade. Clamei pela Virgem Santíssima, pelo Arcanjo Miguel e parecia ninguém me ouvia! Então fui forçado a cometer um ato que gravíssimo, peguei um lençol, fiz um nó e lacei seu pescoço de forma que ela não poderia se livrar. Ela se debatia na cama, enquanto o demônio ria. Pude notar suas lágrimas escorrendo em seu rosto, sua alma parecia estar lutando sem sucesso contra o demônio. Eu apertei, apertei e apertei cada vez mais forte. Só senti desejo de parar quando percebi que de fato ela estava morta.
Saí correndo daquela casa e sem dar explicação alguma, fui até à minha paróquia, peguei meu diário e agora, aproveito estas linhas para dizer a todos que porventura encontrarem, que o mal é real e ele não deixará de existir só porque as pessoas não acreditam.
Fui um covarde, não sou digno de ser um cavaleiro de Cristo, portanto, estou abandonando tudo e seguirei o mesmo caminho de Martha. Quem encontrar este diário peço que guardem minhas palavras e levem-na para os quatro cantos da Terra. Acreditar na existência do mal não deveria ser algo medieval, e sim uma obrigatoriedade, pois este é um mundo paralelo no qual não notamos sua existência e sua sutileza. Com pesar...
Padre Alan

O diário e as gravações foram encontrados em um antigo asilo por um rapaz que realizava buscas de supostas aparições de fantasmas no local. Eles foram entregues à um padre que os repassam para o Arcebispo. Mas antes, o rapaz realizou diversas cópias e hoje está em suas mãos os relatos de um padre que perdeu para Agares, um dos duques infernais.



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

VENCENDO A DEFICIÊNCIA DA ALMA


O velho Mark estava sentado em sua poltrona, na sua antiga residência nas regiões do Texas. Ele havia sido ex-combatente da força de fuzileiros navais americana durante a segunda guerra mundial. Seu trabalho ajudou a proporcionar o destronamento de Adolf Hitler e à queda do Dragão Vermelho (A antiga União Européia). Mas ele estava velho, cansado e para piorar ainda mais seu pesadelo, ele perdera uma perna durante a guerra, devido um tiro de uma metralhadora M4 que atingiu em cheio uma artéria na qual impossibilitou a circulação do sangue e comprometeu completamente a sua perna esquerda. Os EUA recuperaram sua economia e estabeleceram-se como a super-potência mundial e tudo o que Mark recebera de gratidão foi uma mísera aposentadoria e mais uma dúzia de medalhas. Mas isto já lhe não fazia tanto mal, pois já se acostumara com sua “condição de aleijado” como ele mesmo se auto-declarava. Casou-se assim que voltou da guerra com a bela Christine - que falecera há dois anos por causa de um câncer intestinal, mas ainda assim, conseguiu criar três filhos, sendo o mais velho um homem influente na cidade por gozar de sua posição de escrivão, enquanto a filha se casou com um fazendeiro, que sempre abusou de sua bondade e fragilidade, esfregando-lhe na face seus casos extraconjugais com algumas moças da região. Isto sem contar, a covardia com que lhe agredia fisicamente. Mark sabia de tudo isto e preferia não contar para o filho mais moço que estava na Universidade, pois ele poderia voltar e cometer algum ato grave contra o cunhado e isto resultaria no fim de sua carreira. E também não contava ao outro filho, por temer que este acionasse a polícia, pois ele conhecia o trabalho dos “homens da lei” daquelas proximidades. Ele sabia que o genro prestaria depoimentos e depois seria liberado, pois a cidade dependia de suas criações de gado como única fonte de renda. Mark não estava aleijado da perna – embora estivesse amputada, e sim sua alma que havia se aleijado, por dar espaço ao comodismo e ao medo de agir em favor de sua própria vida e de sua família.
Certo dia ele acordou com os gritos incessantes de uma moça que morava naquelas proximidades:

- Senhor Mark, preciso lhe contar algo nada agradável. É que na noite de ontem sua filha tentou se matar com uma corda. Por sorte um dos trabalhadores de sua fazenda a encontraram no exato momento em que se enforcou, graças a Deus que deu tempo de salvá-la. Ela está internada em um hospital, mas passa bem.


Ele ficou parado. Enquanto a garota falava, seu pensamento voava. Lembrou-se de todos os bons momentos que passou antes de partir para aquela maldita guerra. Lembrou-se das noites com os amigos, do primeiro contato com sua amada esposa, lembrou-se das canções, das festas, das brigas nos bares, do pequeno colégio, até que seus pensamentos voaram em direção aos bombardeios e tiroteios. Lembrou-se da queda do império Nazista, do sorriso estridente de seu comandante, mesmo sabendo que havia perdido vários soldados, e se lembrou da notícia de sua amputação. A moça respeitou o estado de choque de Mark e partiu dali sem dar mais explicações, além de temer que o velho tivesse um ataque cardíaco. Subitamente Mark se dirigiu ao telefone e falou com um amigo, também veterano em guerra, que lhe conseguiu uma arma, uma pistola de calibre 38. Seu amigo entregou a arma sem questionar, pois ele confiava no velho Mark.
No dia seguinte soube da notícia que sua filha passava bem, então ligou para todos os filhos em caráter de urgência. Quando todos chegaram, imediatamente pediu que se assentassem e abriu um velho baú que estava guardado por muitos anos no porão. Nele haviam cartas e lembranças de um passado tenebroso, em meio as mortes, gritos agonizantes de socorro, lágrimas, desespero, e mesmo em meio à tudo isto, inexplicavelmente, também amor. Amor pelos companheiros, amor pela a causa, amor pela pátria e claro, amor próprio.

- Só podemos salvar alguém, quando estamos convictos de nossa própria segurança. - Disse o velho Mark aos filhos que o olhavam sem nada entender-. Nesta carta estão registradas as lembranças de um passado que eu tento esquecer, mas sempre que olho para mim mesmo percebo as marcas que este passado me deixou, me impossibilitando de apagá-lo definitivamente da minha memória. O que mais me impressiona é que o mal, o negativo, o absurdo, o tirano e o indesejável são inquestionavelmente respeitados, enquanto o bem, o amor, a cumplicidade e a coragem de agir em favor destes, muitas vezes são ignorados e jogados nas lixeiras de nossas almas. Eu sempre tive acesso a todo e qualquer tipo de arma de fogo, mas eu jamais pensei em colocar um fim na minha própria vida, pois mesmo aleijado, eu sabia que vocês contavam com a minha pouca renda para sobreviverem. Eu não me matei por amá-los, e por amar uma mulher que sempre me deu forças, portanto, a partir de agora, eu os matarei aqui e em seguida me matarei, pois percebi que criei filhos covardes. Criei um filho que só pensa no seu trabalho medíocre, uma filha que só serve para apanhar de seu marido e outro filho que só vive de festas e teorias inúteis na universidade. Vocês estudaram bastante, mas nada aprenderam com a escola da vida. Que Deus me perdoe!

Ele engatilhou a arma e antes que algum dos filhos resolvesse correr, disparou três tiros certeiros em suas regiões vitais. Mas eles não morreram, pois as balas eram de festim. Apenas deixaram-lhe marcas que com apenas uma semana passou, mas afixaram-se em suas almas, pois aprenderam uma grande lição com o velho Mark, que devemos sempre recomeçar, pois a covardia transforma seres de corpos vivos em seres de almas mortas.
Desde então, o filho mais velho abandonou seu trabalho de escrivão e saiu em busca de seu sonho de se tornar professor. O outro filho continuou seus estudos, mas aprendeu a viver como um homem que luta em favor de seus projetos, mas sempre estimulando os desesperançosos. Enquanto a filha largou o seu marido violento e recomeçou sua vida ao lado de seu pai em outra cidade onde pôde estudar e se ocupar com coisas úteis, já que Deus não lhe permitiu ter filhos naquele cenário de abuso em que vivia.
Mark continuou aleijado das pernas, mas sua alma havia se livrado de uma grande muleta, mesmo vivendo daquela forma, ele deu a volta por cima e conseguiu mudar o rumo da vida dos filhos, que a propósito, se tornara a sua própria vida. Então o velho pôde morrer em paz e deixar boas lembranças.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

FÁBULA DO TESOURO PERDIDO



Em uma pequena aldeia próxima ao deserto de Mojave, as pessoas contavam uma lenda a respeito de um velho índio que vendeu para os antigos colonizadores, muitas propriedades e acumulou uma imensa quantia em ouro. Mas este ouro ele escondeu naquele deserto e disse que somente quem possuísse um coração puro poderia encontrá-lo. Passaram-se centenas de anos e as pessoas ainda falavam desta lenda e alguns aproveitavam a oportunidade de educar os filhos e fazê-los pessoas boas e de coração puro para que um dia pudessem encontrar tal tesouro e, finalmente, partir daquele local seco e árido e explorar as maravilhas deste mundo. Certo homem, desde criança, era fascinado com esta lenda e um belo dia partiu em direção ao deserto para mostrar a todos que poderia encontrar o tesouro.
- Ninguém sobrevive ao deserto, filho! Disse um velho duvidando do homem.
- Eu atravessarei o deserto e provarei a todos que as dificuldades só existem para nos amedrontar, pois, a coragem, o primeiro passo e os nossos sonhos são quem determinam o final da nossa trajetória.
- Vá com Deus homem! Gritou uma mulher.
- Fiquem todos com Deus também.
Ele pegou algumas garrafas de água, o seu velho camelo, algumas roupas e partiu, sem direção em busca do tesouro perdido. No meio do caminho ele se deparou com diversos animais peçonhentos, ferozes, e sem contar o calor infernal que o assolava. Parecia que quanto mais ele andava, mais distante ficava do ponto de chegada, mas que ponto de chegada? Ele não tinha referência alguma do possível esconderijo! Mas ainda assim ele decidiu continuar caminhando. Ao anoitecer, ele se abrigou em uma caverna. Acendeu uma fogueira, esticou pedaços de roupas e se agasalhou bastante, devido ao intenso frio noturno do deserto. Então ele teve um estranho sonho. Sonhou com anjos que sobrevoavam sobre um determinado local altamente arenoso e estes anjos seguravam espadas, pareciam prontos para a guerra. Mas quando ele decidia se aproximar, os anjos desapareciam. Ele então acordou ainda pensando naquele sonho,caminhou cerca de dois quilômetros até encontrar ruínas de alguma antiga civilização. Grande parte das ruínas estavam soterradas, mas ainda assim ele pôde ver uma espécie de túmulo com vários desenhos de anjos segurando espadas, como se estivessem guardando aquele local. Neste túmulo estavam escritos textos em uma linguagem tribal e totalmente desconhecida, mas havia uma caixa, bem debaixo das espadas dos anjos e sobre esta caixa, algo escrito em seu idioma que lhe permitiu uma leitura clara.
- Guarde bem este tesouro e não faça dele o seu Deus.
Ao abrir a caixa o homem encontrou apenas um espelho e então percebeu que a fé e a perseverança que o motivaram a tal busca, o fez encontrar consigo mesmo, e este é o seu grande tesouro.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

NEIL ARMSTRONG, MAÇOM, ELEVA A SUA ORDEM À LUA

Existe um vasto material na internet provando a farsa da ida do homem à lua. Mas o problema não é a mentira em si, pois, sabemos que no fundo os EUA só queria impressionar a União Soviética durante a guerra fria. O grande problema é que a maçonaria mais uma vez está presente nesta manipulação global. Eles querem te enganar. A verdade está diante dos teus olhos, investigue.


(Imagens da suposta viagem do homem à lua e Armstrong pousando com seu avental maçônico)



A SERPENTE E O RATINHO


Uma serpente arrastava-se com muita dificuldade entre os arbustos por causa de uma imensa ferida provocada por uma águia que não a pegou, mas deixou cravado em sua pele as marcas de suas garras afiadas. Até que se encontrou com um pequeno filhote de rato, que, ao ver a serpente, corria desorientado em busca de um abrigo. A sagacidade da serpente encurralou o pobre ratinho entre os troncos. Estava tudo pronto para o ataque final, ela morderia o pequeno roedor, injetaria o veneno que circularia em todo o sistema sanguíneo do pequeno animal até causar-lhe uma paralisia acompanhada de uma falência múltipla de órgãos. Mas, ao invés de atacar, a serpente alertou o ratinho:
- Desta vez você vai escapar, mas, se na próxima vez eu te encontrar sozinho por aqui, você se tornará meu prato principal.
O ratinho fugiu assustado até encontrar o seu ninho e reunir-se novamente com sua família. Enquanto contava toda a aventura para os irmãozinhos e primos e seus pais se zangavam pela sua desobediência, ouviram um imenso estrondo e o pequeno ratinho saiu para conferir. A serpente estava deitada, quase morta, mas ainda restava-lhe fôlego para dizer as últimas palavras para o ratinho.
- Dois humanos passaram por aqui e ao me verem, atiraram em mim e disseram que odiavam serpentes. Mesmo ferida eles me atacaram e me mataram.



Em seguida a serpente morreu. O ratinho retornou ao seu lar para noticiar o fato, e depois da bronca que levou dos pais, ouviram novamente outro estrondo. Desta vez foram todos em direção ao local para verem o que tinha acontecido. Ao chegar, depararam-se com dois homens caídos no chão, mortos, carbonizados. Então, Perguntaram para um pequeno esquilo que estava por ali o que havia acontecido.
- Um raio caiu do céu e atingiu em cheio aquela árvore que está quebrada. Estes dois homens estavam debaixo dela no momento e ambos foram atingidos.

*Espero que todos nós possamos aprender uma lição. Que ninguém é suficientemente forte ao ponto de tirar vantagens daqueles que são mais fracos. Se lembrarmos que no céu existe Alguém mais forte do que nós, com certeza seremos mais humildes e nos harmonizaremos com o universo.