domingo, 15 de janeiro de 2012

A FÁBULA DA ALEGRIA E DOR


Certo dia houve um terrível encontro entre a alegria e a tristeza. Ambas caminhavam no deserto da alma de uma pessoa comum. A alegria, como sempre impulsiva, ao avistar a dor, enfureceu-se e partiu com todo ímpeto tentando destruí-la. E com as duas mãos agarradas em seu pescoço esbravejava:

- Maldita és dentre todas as sensações. Maldita és por muitas vezes fazer com que as pessoas se esqueçam de mim, maldita és desde que surgistes nesta alma competindo comigo o mesmo espaço. Maldita és por sua natureza, maldita és, pois tendes o prazer o em fazer o mal!

A dor, sorrateira, livrou-se das mãos da alegria e triste por natureza esclareceu:

- Posso ser maldita por ter nascido desta forma, posso ser maldita por fazer as pessoas gemerem e lamentarem-se. Posso ser maldita até mesmo por possuir um nome tão horrendo, mas eu sou a única que quando estou por perto, faço essas pessoas se sentirem verdadeiramente vivas. Sou eu a responsável por fazer com estes mortais valorizem a vida e ao contrário do que pensas, eu não disputo nenhum espaço contigo em suas almas, eu apenas estou ali para fazer com que em meio aos gemidos, em meio às lamentações, elas venham se lembrar de ti, não como um simples momento, mas como parte de sua natureza, que tanto desprezam. Eu sou a arma mais eficaz de Deus para limitar o ser humano!

Desde então a alegria compreendeu que tudo tem o seu devido tempo e propósito, e a partir daquele momento, decidiu trabalhar juntamente com a dor proporcionando o equilíbrio nas almas humanas.