sexta-feira, 13 de abril de 2012

VAIDADES DE VAIDADES, TUDO É VAIDADE

Salomão escreveu no livro de eclesiastes;“ Vaidades de vaidades, tudo é vaidade”. Tudo passa, tudo se consome como a cruel aproximação do dia, que mais se parece uma prostituta cansada de uma noite inteira de orgias. O dia aniquila nossas utopias noturnas, mostrando-nos que a realidade é mais viva e significativa que nossas muitas fantasias. Mas o que seria essa tal realidade? Nada mais e nada menos que o subproduto da sobrevivência. Dela nascem o medo, a covardia, o apelo materialista e o preenchimento superficial do vazio que habita nos corações solitários. A realidade nos mostra a aproximação da morte que chega como uma noiva que planeja roubar as riquezas de seu marido após matá-lo. A morte causa a dor de não vivermos intensamente cada momento, ela é quem nos faz mendigarmos as sensações e nos perdemos nos beijos que embriagam nossa alma, como se fosse nosso último gole de vinho. A realidade e a morte caminham de mãos dadas como um casal de psicopatas que tendem a estraçalhar os sonhos e toda reverência a vida. Elas nos mostram a face maquiada da vaidade, a mãe de todos os males.