quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A DURA CONDIÇÃO DE EXISTIR

Tudo o que existe, luta incansavelmente para ser notado. A própria existência em si é uma grande exposição. O que seria da vida se não fossemos notados? O ser humano não teme a morte, nem as armas, nem fantasmas ou demônios, o ser humano teme a solidão, teme ser eternamente ignorado. A idéia de céu e inferno que me perseguem desde a minha tenra infância mudou completamente o seu próprio snetido quando descobri que tudo se resume em apenas duas palavras: Reconhecimento e Solidão.
As respostas para as questões mais complexas da vida encontramos naquilo que chamamos de natural. Todo o animal que se afasta do seu grupo torna-se presa fácil dos predadores. Os seres humanos são as presas, mas também são os predadores. As maiores obras realizadas pelas mãos dos homens, foram idealizadas simplesmente pelo culto ao reconhecimento. O ridículo da vida é a solidão. Aquele que se isola conspira contra a sua própria natureza e triste coisa é negarmos a nós mesmos! A ciência, a política, o oculto, a magia e as religiões sempre se empenharam em destruir a existência dos seus adeptos. É proibido pensar, opinar e questionar sem o consenso de um superior. Porque quando pensamos, queremos opinar e nossas opiniões sempre geram questionamentos. Entretanto, quando nos tornamos suas ovelhas, deixamos de existir para que eles existam em nosso lugar. O paraíso consiste em abraços, sorrisos, aceitação e claro, reconhecimento. Enquanto o inferno nada mais é que uma eterna condição de inexistência absoluta. O paraíso e o inferno nos cercam, pois habitam dentro de nós. É a nossa natureza dualista, a nossa condição. O ser humano é Deus, o ser humano é o Diabo.